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Árabes estão “enfurecidos” com Brasil, diz líder sobre suspensão de frigoríficos

A decisão da Arábia Saudita de suspender as importações de frango de 33 frigoríficos brasileiros foi uma forma de retaliação ao presidente Jair Bolsonaro (PSL). A declaração foi dada pelo ex-secretário-geral da Liga Árabe (organização que reúne 22 países árabes), Amr Moussa, durante o Fórum Econômico Mundial que está acontecendo nesta terça-feira (22) em Davos, na Suíça.

De acordo com Moussa, “o mundo árabe está enfurecido [com o Brasil]” desde Bolsonaro manifestou interesse em transferir a embaixada brasileira de Tel Aviv para Jerusalém, em Israel. O ex-secretario disse que, por esse motivo, a Arábia Saudita descredenciou 33 frigoríficos brasileiros.

“Essa é uma expressão de protesto contra uma decisão errada por parte do Brasil”, disse Amr Moussa . “Muitos de nós não entendemos o motivo pelo qual o novo presidente do Brasil trata o mundo árabe desta forma”, completou.

Apesar da declaração do líder árabe , a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) informou hoje (22), em nota, que a suspensão dos aos frigoríficos foram causadas por questões técnicas. “As razões informadas para a não-autorização das demais plantas habilitadas decorrem de critérios técnicos”, escreveu.

Segundo a associação, eles já estão trabalhando para habilitar novamente os frigoríficos perante às autoridades sauditas. “A ABPA está em contato com o governo Brasileiro para que, em tratativa com o Reino da Arábia Saudita, sejam solvidos os eventuais questionamentos e incluídas as demais plantas”, diz a nota.

De acordo com a ABPA, entre os 58 frigoríficos de carne de frango habilitados para exportar ao país, apenas 25 foram autorizados pela Arábia Saudita para continuar o processo. Entre os descredenciados, estão unidades da BRF e JBS , grandes empresas do setor.

Atualmente, o país é o maior importador de frango do Brasil, ficando com 14% da produção do alimento. Em segundo lugar aparece a China, que importa 11% deste tipo de carne.

Recentemente, a Liga Árabe aprovou uma resolução pedindo que o Brasil “respeite o direito internacional” e que abandone a ideia de mudar a embaixada para Jerusalém. Além disso, o conselho também avisou aos embaixadores brasileiros presentes nos diferentes países árabes que “Estados membros da Liga Árabe tomariam as medidas políticas, diplomáticas econômicas necessárias em relação a essa ação ilegal”.

“Eu acredito que tais medidas (como o descredenciamento dos frigoríficos) vão continuar”, disse Moussa. “A única forma de evitar isso é se o Brasil desistir dessa ideia. Jerusalem é uma capital de dois Estados, não de um.”

Hoje, a embaixada do Brasil em Israel está localizada na cidade de Tel Aviv , internacionalmente reconhecida como a capital do país. Há mais de 100 anos, árabes e judeus travam uma intensa batalha para assumir Jerusalém como a capital da Palestina e de Israel, respectivamente.

A transferência da embaixada é um movimento que pode ser interpretado como o reconhecimento, por parte do Brasil, de que Jerusalém é a capital de Israel, e não da Palestina – uma decisão considerada polêmica e que pode até ser prejudicial. Para países do Oriente Médio, como a Arábia Saudita , a iniciativa é tida como uma provocação .

Fonte: iG

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