Entenda por que a falsa premissa de que o crescimento econômico não beneficia toda a população é refutada pela realidade dos fatos.

M. Aurélio Bassi | The Political Diary | 31 mar 2025.
Um argumento comum em certos setores progressistas alega que o crescimento econômico e a melhoria dos indicadores macroeconômicos não beneficiam necessariamente a totalidade da população, especialmente os mais pobres, a curto e médio prazo. Essa visão postula que o crescimento pode ser excludente, concentrando renda e marginalizando uma parcela significativa da sociedade. No entanto, a análise de dados históricos e a observação de casos concretos em diversos países revelam que essa tese carece de fundamento, exceto em regimes socialistas ou autoritários.
Capitalismo e Geração de Riqueza: Motor do Desenvolvimento Inclusivo
Ao contrário da narrativa que associa o capitalismo intrinsecamente à desigualdade, a história demonstra que o capitalismo de mercado, especialmente em regimes democráticos, possui a capacidade de gerar riqueza de forma massiva, possibilitando sua distribuição e o realinhamento de desigualdades. O exemplo da China, que retirou mais de 800 milhões de pessoas da pobreza extrema durante seu período de forte crescimento econômico, ilustra esse ponto, mesmo que os benefícios iniciais fossem desiguais. O crescimento impulsionou infraestrutura, consumo e melhoria na qualidade de vida.
O Fracasso do Socialismo Puro na Distribuição de Renda
A experiência histórica também comprova a impossibilidade de associar o socialismo puro com a efetiva distribuição de riqueza. Regimes autoritários de tendência socialista, comunista e afins, como a União Soviética nos anos 1970, demonstraram que o controle estatal da economia impede que os ganhos sejam distribuídos naturalmente, levando à escassez e ineficiência. O colapso desses modelos invariavelmente penaliza a população.
Estudos de Caso em Economias de Mercado: Benefícios Amplamente Distribuídos
Em contraste, países democráticos com economias de mercado evidenciam que o crescimento econômico sustentado leva a benefícios para a população em geral. Nos Estados Unidos durante as décadas de 1980 e 1990, políticas focadas na redução de impostos e na desregulamentação impulsionaram um crescimento robusto do PIB, resultando em aumento da renda média da classe média e significativa mobilidade social. A taxa de pobreza também diminuiu. A Alemanha pós-reunificação é outro exemplo de como o crescimento econômico em uma economia liberal e capitalista gera mobilidade econômica.
O Caso do Brasil e o Crescimento Artificial
A experiência brasileira no início dos anos 2010, com redução da pobreza e desemprego, seguida por uma crise, não refuta a tese. O problema não foi o crescimento em si, mas um modelo insustentável baseado em gastos públicos descontrolados e crédito subsidiado. Tratava-se de um crescimento artificial, uma “bolha” prestes a estourar.
A Lição do Chile: Crescimento e Inversão com Políticas Progressistas
O Chile, após reformas pró-mercado nos anos 1980, experimentou um longo período de crescimento, redução da pobreza e ampliação do acesso a serviços. No entanto, com a ascensão da esquerda ao poder em 2021 e a implementação de políticas progressistas, o país enfrentou desafios como aumento da inflação, queda na renda média, aumento da pobreza e diminuição da classe média.
Conclusão Inevitável: Crescimento Sustentado Beneficia a População
A conclusão clara é que a ideia de que o crescimento econômico não beneficia a população é uma falácia, geralmente sustentada por exemplos de economias socialistas ou com forte intervenção estatal. Em economias abertas e democráticas, o crescimento sustentado e a melhora dos indicadores invariavelmente trazem benefícios à população, variando apenas a velocidade e a distribuição desses ganhos. A insistência no argumento contrário serve como justificativa para maior intervenção estatal, o que pode prejudicar o crescimento e o bem-estar a longo prazo. Exemplos como os Estados Unidos nas décadas de 1980 e 1990 demonstram como políticas eficazes de crescimento podem gerar prosperidade e ascensão social.
Fontes de Dados:
- U.S. Census Bureau
- SciELO Brasil
- Banco Central do Brasil
- Laoshi Online
- Anpec
- Dois Níveis
Referências bibliográficas:
- SciELO Brasil – Os anos 2010 no Brasil: uma década perdida nas …
- A Economia Brasileira – Banco Central do Brasil
- O IMPACTO DO INVESTIMENTO SOBRE O CRESCIMENTO ECONÔMICO BRASILEIRO NO …
- Ascensão da Economia Chinesa: Impacto e Perspectiva Global
- CRESCIMENTO ECONÔMICO DE LONGO PRAZO NA CHINA: UMA INVESTIGAÇÃO …
- O CRESCIMENTO ECONÔMICO CHINÊS E SUA PARTICIPAÇÃO NO MUNDO
- O que aconteceu com a economia americana na década de 1980? – Greelane.com
- Os EUA na década de 1980 – Mundo Educação
- Boom econômico dos Estados Unidos na década de 1990
- https://doi.org/10.1590/1982-3533.2024v33n1art07
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