A ONU Mulheres lançou a websérie #Brasil5050, projeto que aborda a igualdade entre homens e mulheres na política brasileira. Até o final do ano, a iniciativa divulgará cerca de 90 vídeos com ativistas, parlamentares e especialistas. A produção audiovisual discute as responsabilidades dos partidos políticos e do eleitorado, bem como a importância da paridade de gênero para a democracia, tendo em vista as eleições de 2018.
O pleito deste ano será o primeiro com novas medidas definidas pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) para avançar a paridade na política. Em maio deste ano, o TSE aprovou por unanimidade a destinação de 30% do Fundo Eleitoral e de 30% do tempo de propaganda para as candidaturas de mulheres. A decisão responde à consulta formulada por um grupo de 14 mulheres parlamentares.
“A questão-central é: o que os partidos farão para assegurar que mais de 500 milhões de reais dos 1,7 bilhão do Fundo Eleitoral realmente viabilizem as candidaturas de mulheres? Este é o fato novo das eleições 2018, em que as mulheres terão à disposição recursos para fortalecer as suas candidaturas, o que pode ter efeitos nos próximos ciclos eleitorais e alterar o baixo índice de mulheres eleitas na política brasileira”, avalia Nadine Gasman, representante da ONU Mulheres no Brasil.
Em 2016, a ONU Mulheres e entidades parceiras – entre elas, o TSE, o Instituto Patrícia Galvão e o Grupo Demodê do Instituto de Ciência Política da Universidade de Brasília – lançaram o projeto Cidade 50-50: Todas e Todos pela Igualdade. A campanha incentiva o apoio de candidatos e candidatas a políticas para as mulheres, promovendo sua incorporação na administração municipal. Com isso, a agência das Nações Unidas espera garantir a implementação em nível local dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS).
“Este é o segundo ciclo eleitoral em que a ONU Mulheres Brasil segue ao lado das mulheres brasileiras e em diálogo com candidatos e candidatas para que estejam em favor dos direitos das mulheres e exerçam o mandato político para transformação da realidade de exclusão e limitação de direitos humanos das brasileiras”, ressalta Gasman.
Os episódios da websérie #Brasil5050 serão publicados nas redes sociais da ONU Mulheres Brasil — Facebook, Twitter e YouTube — e do Cidade 50-50 — conheça o projeto clicando aqui.
“É preciso vontade política. É preciso vontade do Poder Judiciário que tem papel fundamental na observância das cotas existentes na nossa legislação. E é preciso vontade dos eleitores. É preciso que os eleitores confiem e votem em mulheres para representar”, afirma a advogada Luciana Lóssio, uma das entrevistadas para a websérie.
Outra participante, Liége Santos, da União Brasileira de Mulheres, lembra a sub-representação de mulheres na política e a incompletude da democracia. “Nós temos de continuar insistindo nos partidos, nos espaços institucionais e nos movimentos sociais para que haja, de fato, uma representação e uma participação das mulheres”, enfatiza.
Veja a lista completa das participantes da websérie clicando aqui. As entrevistas foram gravadas em Brasília, ao longo de mês de junho.
Fonte: Green Business Post.
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