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A renovação política em pauta

Muito se fala em renovação política, mas como ela pode acontecer de verdade? Este foi um dos questionamentos que guiou a mesa de encerramento da Conferência Ethos 20 Anos São Paulo “Representatividade e renovação política – novos atores e ideias que invadem a política brasileira”, no dia 26 de setembro. A mesa, que contou com duas horas de duração, discutiu temáticas como tecnologia, representatividade, movimentos e organizações sociais na política, junto aos convidados: Ana Luiza Aranha, consultora do Centro de Conhecimento Anticorrupção; Chico Whitaker, arquiteto e ativista social brasileiro; Gláucia Barros, diretora programática da Fundación Avina no Brasil;  José Marcelo Zacchi, coordenador do Pacto pela Democracia; Marcelo Issa, sócio-diretor da Pulso Público, Luiz Cornacchioni, diretor executivo da Associação Brasileira do Agronegócio (Abag) e Sheila de Carvalho, coordenadora de projetos em práticas empresariais e políticas públicas do Instituto Ethos.

O foco da mesa foi discutir a renovação política sob diversos olhares, trazendo exemplos, oportunidades e a discussão sobre as perspectivas e importâncias. Um dos pontos focais da discussão esteve na renovação do congresso. Muitas vezes, as eleições colocam todo o foco nos presidenciáveis e não é dada tanta importância para os cargos do legislativo, colocados em segundo plano. Contudo, as decisões do executivo tem que passar pelo aval do legislativo e são os cargos para o congresso os que definem a legislação e fazem o monitoramento do executivo, além de serem os representantes do povo, no caso dos deputados federais, portanto, a questão da representatividade fica em voga. “Quando falamos de renovação política, precisamos entender que é necessário trazer a diversidade para a política e não só deixar os mesmos filhos da oligarquia em nossa política”, comentou Sheila de Carvalho, coordenadora de projetos em práticas empresariais e políticas públicas do Ethos. Iniciativas como Um Novo Congresso, que tem como foco a requalificação do representantes do legislativo, também ganharam destaque nas falas dos convidados.

A defesa da democracia brasileira também esteve em voga e foi defendida no Manifesto Ethos 20 Anos, apresentado no primeiro dia do evento. Os princípios democráticos devem estar sempre acima de qualquer candidatura e a democracia, conquistada a duras penas no Brasil, deve ser defendida, alinhado ao desenvolvimento sustentável e o respeito às diversidades. “Se devemos escolher alguém para colocar no poder, vamos colocar alguém que seja digno de voto. E, obviamente, devemos pensar no congresso. Mas agora, temos que defender a democracia e não deixar a lógica militar tomar conta do Brasil”, apontou Chico Whitaker, arquiteto e ativista social brasileiro.

O cenário eleitoral brasileiro está acirrado e nesse momento de tensão é importante levar em consideração os princípios e valores que, como sociedade, o Brasil quer ver representado, quais batalhas deseja travar e a que custo. “É chegada a hora da sociedade civil sustentar de maneira inequívoca a estabilidade democrática. E fazê-lo com esperança, pluralidade de opiniões e ampla diversidade, representadas na força inovadora que hoje emerge da sociedade civil”, conforme indica o manifesto do Ethos. Confira aqui o manifesto completo.

 

Por Bianca Cesário, do Instituto Ethos

Foto: Clovis Fabiano / Thiago Lopes / Mauricio Burim

 

Fonte: Instituto Ethos.

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